quinta-feira, 11 de junho de 2015

COMUNIDADE DA FAMÍLIA NO FACEBOOK

No principio era um grupo pequeno do núcleo familiar de Sergio Marques, fundado por Lucinda de José (Zim) de Sergio e Dejanira de Maricota. Sergio e Maricota de Constância (Tância) ).
Com o tempo fomos convidando mais parentes e eu nas minhas pesquisas fui conseguindo entender melhor o tamanho de nossa família e comecei a alcançar descendente dos doze filhos de Constância.
Depois  passamos aos dezesseis irmãos de Constância graças à colaboação de Verônica de Nair e Mateus, que me foi apresentada por Markenson de Maninho de José Marques.

Então Veônica me forneceu mais informações e chegamos aos primos e tios de Constância, e hoje somos um grupo de centenas de pessoas, todas descendentes de Gaspar Antonio dos Reis.
Claro que somos milhares, mas algumas centenas numa rede social, mesmo muitos já tendo saído do grupo, é uma grande conquista.

O endereço está como descendentes de Constância poque mesmo com o crescimento, o facebook não permitiu mudar. Mas isso é o de menos, o importante é o que acontece lá.

Se você é descendente de Gaspar Antonio dos Reis, do Buri, seja bem vindo!

Clique AQUI!

JORGE GAMA


Filho de Elpidio e Benzinha.
Elpidio de Lidia Caetana; Benzinha (irmã de Constância), de José Antonio.
Lidia e José de Gaspar.

Ainda pré adolescente foi sequestrado por Lampião junto com Josino de Jardelina e também Zé Teles.
Apurando os fatos em cada entrevista que fui fazendo pelo Buri cada vez encontrava mais elementos no quebra cabeça dessa história.
Creio que consegui, graças a cada vovô e vovó do Buri que me prestou depoimento. Consegui inclusive entender como Lampião chegou a Cipó, quem foi que deu o rumo da casa de Josino para que este fosse sequestrado antes de Jorge.
Muitos fatos fazem parte desses dois exaustivos dias no Buri.
Em breve em "O Umbuzeiro".

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A LINGUAGEM DE JOANA - Por Verônica Alves

  Vinha eu da fonte com o pote d’água  na cabeça quando começou aqueles troes-troes de chuva e foi aumentando. Chegando na porta da cozinha despejei o pote da cabeça, estava com a rúdia toda molhada e a roupa barrufada pelos chuviscos, tive que tirar o vestido, vesti outro seco e tomá um goripe de café quente para esquentar a caixa dos peito.
Já que choveu amanhã vou prantar dois caroço de mio porque a carestia tá braba, duas mão cheia de mio tá custando dez minréis e não dá pra’s galinha comerem a semana, tomara que não aconteça como o ano passado que só tive uns cambueiro.
Mas menina tou num fastio danado! Hoje comi uma colherada de arroz com uma fanisquinha de carne, o jeito é matar um pinto para ver se muda o gosto.
Correndo dos troes-troes me enganchei num garrancho no caminho da fonte quase caí, o pior é que se tivesse caído não tinha ninguém pra me acudir . Vou comer um bocado e ir  nos pé de cajueiro antes que a catrevaje passe e leve as castanha.
Além disso, antes que anoiteça vou catar uns pau de lenha pra cozinhar feijão amanhã porque ao romper do dia vem uma catrupia de gente mondar o capim.
E acreditem, tudo continua como antes no Quartel de Abrantes.

Tradução
Fonte: cisterna ou poço artesiano.
Pote: vasilha de barro para encher de água.
Troes-troes: gotas de chuva ou o som delas no telhado.
Despejar o pote da cabeça: colocar no chão.
Rúdia: pano enrolado em circulo para equilibrar algo na cabeça.
Barrufada: úmida.
Chuvisco: chuva fina.
Goripe: pouco café.
Caixa dos peito: tórax.
Dois caroço ou duas mão cheia de mio: certa quantidade como vinte litros, ou dois litros de milho.
Carestia tá braba: os preços estão altos.
Dez minréis: dez reais
Comerem a semana: comerem durante a semana.
Cambueiro: espiga de milho pequena e faltando grãos.
Tou num fastio: estou sem apetite.
Uma colherada: um pouco.
Fanisquinha: pedaço pequeno.
Pinto: Frango ou galo.
Mudar o gosto: variar o cardápio.
Garrancho: galho seco no chão geralmente de plantas rasteiras ou arbustos.
Acudir: socorrer.
Catar uns pau de lenha: procurar lenha.
Comer um bocado: almoçar, jantar.
Vou nos pé de cajueiro: colher castanha.
Catrevaje: pessoas de má índole.
Romper do dia: por volta das quatro horas da manhã.
Catrupia: muita gente.
Mondar: limpar as ervas daninhas.

Quem disse que não nos comunicávamos muito bem no tempo da vovó? Então viva as novas possibilidades que se apresentam e certamente daremos um novo sentido para aquele antigo dito popular que diz: “o que não tem remédio, remediado está”, isto é, oralmente qualquer remédio é valido desde que haja comunicação.

Verônica Alves *.
Cipó,   22 de outubro 2006

* Verônica é filha de Nair e Mateus.
Nair de Joana e José. Joana de Domingos e Ana Rosa (Iaiá); José de Abilio e Joana (Vanum).
Mateus de Manoel e Francisca. Manoel de João Buri; Francisca de Elpidio e Benzinha.
Domingos, Vanum, João Buri e Benzinha, de José Antonio.
Abilio de Manoel Antonio.
Elpidio e Iaiá, de Lidia Caetana.
José, Manoel e Lidia, de Gaspar.

Verônica é autora do livro Cipó - A Pérola Barroca do Sertão Baiano, o livro que colocou definitivamente o Buri e nossa família na história de Cipó. Para adquirir contate: verletras@hotmail.com